Vozes do Proetnos na COP 28: Estudante de Ciências da Natureza leva as demandas indígenas ao Palco Global.


Por em 20 de dezembro de 2023



Na recente Conferência da ONU (COP 28), realizada entre os dias 30 de novembro a 12 de dezembro, Marcilene Liana Guajajara, estudante do Proetnos/Uema, esteve acompanhada por cerca de 100 indígenas de diferentes etnias do Brasil, integrando a delegação brasileira na COP 28, liderada pela ministra dos povos indígenas, Sonia Guajajara.

Realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a COP 28 foi marcada pelo protagonismo indígena na condução dos debates sobre a crise climática global. Marcilene Guajajara, originária da aldeia Maçaranduba, território Carú do município Bom Jardim-MA, desempenhou um papel ativo como liderança feminina indígena, levando as demandas dos povos indígenas do Maranhão para o cenário internacional.

Além de ser cursista do 4º período do curso de Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Indígena/Ciências da Natureza, Marcilene Guajajara é coordenadora geral da COAPIMA (Coordenação das Organizações e Articulação dos Povos Indígenas do Maranhão). Foi por meio da articulação da COAIB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) que a mesma experienciou o grande desafio de representar o Maranhão e o Brasil nas decisões sobre a questão ambiental na COP 28.

Durante a sua experiencia na COP 28, Marcilene Guajajara esteve com outros líderes indígenas e representantes de países distintos. Estes estiveram em uma oportunidade rica de escuta dos/as representantes indígenas que expressaram suas preocupações, suas propostas de futuro e suas demandas por proteção dos territórios indígenas de todo o Brasil. “Estivemos presentes nas discussões, planejando nossas demandas e levando a voz dos povos indígenas do Brasil sobre o desmatamento e a crise climática que afeta nossas vidas”, destaca a líder Marcilene Guajajara.

Essa foi a primeira participação da líder indígena em um evento de tal magnitude, e ela compartilha a experiência desafiadora de se juntar a outras lideranças mais experientes, tornando-se uma voz ativa para as mulheres de seu território. “É muito importante estarmos falando por nós mesmas, nesses espaços de debate onde somos o centro das discussões, falando sobre como ainda somos desrespeitados, nossos corpos sendo violados e mortos por grandes empreendimentos, porque quando falamos do desmatamento, estamos falando dos nossos corpos.”

Marcilene Guajajara ressalta o papel vital das mulheres indígenas como defensoras e articuladoras em questões ambientais e sociais. Enquanto acadêmica do Proetnos/Uema, também destaca a importância da confluência entre o conhecimento tradicional indígena com a educação formal para enfrentar os desafios contemporâneos. “Participar das discussões e levar o nome do Proetnos para esses espaços foi ótimo para mim. Aprendi muito e volto satisfeita com esse aprendizado”, conclui.

Ao levar suas experiências e aprendizados de volta para o seu território e para o Proetnos, Marcilene Guajajara contribui para o fortalecimento de uma geração de líderes indígenas que se tornam agentes de mudança tanto em seus territórios quanto em nível global. Sua voz na COP 28 não apenas ecoa as preocupações urgentes dos povos indígenas, mas também inspira outros a se unirem na luta pela preservação ambiental, justiça social e epstêmica.

 



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