Estudante do Proetnos/UEMA participa de intercâmbio internacional do Programa Caminhos Amefricanos em Angola
Por ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO PROETNOS em 26 de dezembro de 2025
Entre os dias 10 e 18 de dezembro de 2025, a estudante Keila Câmara, da Licenciatura em Educação Quilombola (LIEQ), campus São Bento, representou o Programa Proetnos (Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) no Caminhos Amefricanos: Programa de Intercâmbios Sul-Sul – Edição Angola. O Programa Proetnos também esteve representado pela assistente da coordenação-geral, Nanashara Carneiro, que integrou a equipe técnica de implementação do intercâmbio.

Fonte: Maíta Alves, via Flickr
A edição Angola do Caminhos Amefricanos é uma iniciativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e com a Universidade Agostinho Neto (UAN), com sede em Luanda, capital da República de Angola. O programa tem como finalidade estimular a socialização de conhecimentos, experiências e políticas públicas voltadas ao combate ao racismo, à valorização da História e Cultura Africana e da Diáspora Africana e ao fortalecimento da Educação das Relações Étnico-Raciais, por meio de intercâmbios internacionais de curta duração.

Fonte: Maíta Alves, via Flickr
O intercâmbio reuniu autoridades, pesquisadores, estudantes e representantes de instituições brasileiras e angolanas e foi marcado por conferências, mesas-redondas e debates sobre educação antirracista, ancestralidade, relações históricas entre Brasil e Angola, patrimônio cultural e diálogos transatlânticos no contexto do Sul Global.

Fonte: Maíta Alves, via Flickr
As atividades se concentraram na Faculdade de Humanidades da UAN, com mesas-redondas que discutiram a construção de conhecimentos emancipatórios e antirracistas, além de debates sobre línguas, artes, cultura, herança e memória. A programação também incluiu momentos culturais, fortalecendo o intercâmbio de saberes acadêmicos e tradicionais.

Fonte: Discente Proetnos/Uema
A agenda formativa contemplou ainda uma série de visitas técnicas e culturais, como o espetáculo Kimpa Vita, a ida ao Museu da Escravatura, ao Mercado, à Fortaleza de São Miguel, ao Museu das Forças Armadas, ao Memorial Dr. António Agostinho Neto e ao Museu da Antropologia. As chamadas Visitações Amefricanas permitiram aos intercambistas conhecer espaços históricos da Cidade Baixa de Luanda, igrejas e ruas simbólicas, ampliando a compreensão sobre os processos históricos, sociais e culturais que moldaram Angola e suas conexões com o Brasil.

Fonte: Maíta Alves, via Flickr
A literatura angolana também teve destaque, com rodas de conversa que reuniram importantes escritores do país, promovendo reflexões sobre identidade, memória, línguas nacionais e o papel da produção literária na resistência e afirmação cultural. Outro eixo central da programação foi o debate sobre educação, currículo, cooperação acadêmica e produção de conhecimento no Sul Global, envolvendo docentes e pesquisadores da UAN, do ISCED/Luanda, da UFMA e de outras instituições.

Fonte: Maíta Alves, via Flickr
Nanashara Carneiro palestrou no painel “Para uma teoria crítica e filosofia da educação”. Em sua apresentação, abordou a realidade quilombola do Maranhão a partir da sua experiência na elaboração de um protocolo de consulta na comunidade de Camaputiua, em Cajari (MA). Na ocasião, Nanashara também articulou relatos de sua atuação na equipe técnica da Licenciatura em Educação do Campo (LEDoC), no âmbito do Programa Proetnos, fortalecendo a reflexão sobre práticas educativas comprometidas com os territórios, saberes tradicionais e a formação crítica no campo.

Fonte: Maíta Alves, via Flickr
O intercâmbio contou ainda com visitas a projetos sociais educacionais e de agricultura comunitária, culminando em um plantio coletivo de árvores Baobá, símbolo de ancestralidade, resistência e continuidade, em consonância com os princípios do programa.

Fonte: Maíta Alves, via Flickr
A participação da estudante Keila Câmara e de Nanashara Santos, da equipe técnica do Proetnos/UEMA, no Caminhos Amefricanos reforça o compromisso do programa com a formação docente voltada para a diversidade étnica, a educação antirracista e a valorização dos saberes afrodescendentes e quilombolas, além de fortalecer os laços de cooperação acadêmica e cultural entre Brasil e África no âmbito do Sul Global.
Por: Leandro Chaves (Ascom Proetnos/Uema)