Alunos da LIEQ/Itapecuru-Mirim realizam atividades práticas de Ludicidade e Educação no Quilombo Outeiro dos Nogueiras


Por em 23 de setembro de 2025



Como culminância da disciplina Ludicidade e Educação, ministrada pela professora Drª Reinilda Oliveira, os alunos da Licenciatura em Educação Quilombola (LIEQ), campus Itapecuru-Mirim, desenvolveram atividades práticas voltadas para a construção e vivência de brinquedos, jogos e brincadeiras africanas e afro-brasileiros com 40 crianças do Quilombo Outeiro dos Nogueiras. Os estudantes da turma desenvolveram atividades relacionadas a quatro eixos temáticos: jogos lúdicos; brinquedos como cultura, memória e diversão; brinquedos do próprio quilombo; e brincadeiras africanas e afro-brasileiras.

O grupo 1, formado por Aldilene, Anadiene, Lisiane, José Maria e Maria Rosélia, elaborou jogos e atividades pedagógicas que contemplam várias fases da educação infantil e ensino fundamental menor, focando em aspectos como a formação de palavras, fortalecimento da leitura e escrita e a valorização da identidade. Jogos de pareamento de cores, formas, números e quantidades estimularam raciocínio lógico, percepção visual e coordenação motora. Já dinâmicas como boliche, sons dos animais e placas de lateralidade favoreceram socialização, trabalho em equipe e noção de espaço, os jogos de tabuleiro, cartas, memória, caixas sensoriais, atividades com areia, contribuíram para o desenvolvimento cognitivo, social, emocional e motor, em sintonia com a realidade quilombola, reforçando pertencimento, identidade e cooperação coletiva. Vale frisar que os materiais utilizados foram todos reciclados.

Fonte: Docente da disciplina

Por sua vez, Adriana, Erika Mendes, Natanael e Silvanira, integrantes do grupo 2, confeccionaram brinquedos que resgatam a memória e a cultura popular, trazendo lembranças de uma infância marcada pela criatividade e pelo uso de materiais simples. Dentre os brinquedos elaborados tivemos a peteca, o carrinho de lata de sardinha, o relógio de palha, o cata-vento, o pião, o vai e vem, o carrinho de pau e a bola de saco. Esses brinquedos representam não apenas formas de diversão, mas também a valorização da cultura e da memória coletiva, mostrando como a imaginação transforma elementos do cotidiano em momentos de alegria. A experiência de confeccionar e apresentar cada um deles reforçou a importância do brincar como parte da formação social e cultural das crianças.

Fonte: Docente da disciplina

O terceiro grupo, composto por Camila, Denis, Maria da Solidade e Romélia, focou no resgate de brinquedos tradicionais do passado, feitos pelas crianças do interior, valorizando o patrimônio cultural quilombola e a criatividade com recursos naturais. Entre os brinquedos, destacaram-se carrinhos de lata de sardinha com pneus de sandálias, panelinhas de barro, bonecas de pano, pernas de pau, pião de coco babaçu, cavalo de lata e casinhas de madeira e palha. Esses brinquedos, além de serem fontes de diversão, reforçam a coletividade, a afetividade e o vínculo com a natureza.

Fonte: Docente da disciplina

Já os integrantes do grupo 4, Ana Paula, Daniele, Elinalva, Erika Aparecida, Dayse, Girlene, Joel e Maria Juliana, trouxeram brincadeiras africanas e afro-brasileiras, como Matacuzana, Pegue a Cauda, Saltando Feijão e Terra-mar, que são essenciais para a formação da identidade brasileira. Essas brincadeiras, além de divertidas, promovem aprendizado sobre geografia, valores culturais, e habilidades sociais como cooperação, concentração e respeito. Elas reforçam laços comunitários, preservam tradições e contribuem para a formação de um ser humano que valoriza a diversidade étnica e cultural, fortalecendo a autoestima de alunos negros e combatendo o preconceito institucional.

Fonte: Docente da disciplina

O evento evidenciou que, mesmo com poucos recursos, os brinquedos, jogos e brincadeiras fortalecem a identidade quilombola, transmitem saberes e reafirmam o brincar como patrimônio cultural e instrumento de resistência. Esses objetos simples, mas ricos em significado cultural, foram responsáveis por gerar felicidade, fortalecer laços comunitários e transmitir saberes de geração em geração. Assim, o evento reafirmou a importância da valorização dos brinquedos rústicos como parte integrante da memória, identidade e resistência cultural do povo quilombola.

Por: Leandro Chaves (Assistente de Comunicação PROETNOS/UEMA) e Reinilda Oliveira (Docente)



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