Diplomação da primeira turma da Licenciatura Intercultural para Educação Básica Indígena do PROETNOS/UEMA iniciou na Aldeia Januária
Por ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO PROETNOS em 26 de August de 2023
11 mulheres indígenas concluíram os cursos de Ciências Humanas e Ciências da Linguagem e foram as primeiras a receberem os diplomas; solenidade aconteceu na Terra Indígena Rio Pindaré, em Santa Inês/MA
O Território Indígena Rio Pindaré, em Santa Inês/MA, sediou no último dia 21 de agosto a diplomação de 11 alunas indígenas, egressas dos cursos de Ciências Humanas e Ciências da Linguagem da primeira turma em Licenciatura Intercultural para Educação Básica Indígena do Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica – PROETNOS/UEMA. A solenidade aconteceu no Centro Cultural da Aldeia Januária e reuniu caciques e lideranças do Território Indígena Rio Pindaré, representantes do PROETNOS/UEMA e a Pró-Reitora de Graduação da UEMA, Dra. Mônica Piccolo.
A solenidade foi marcada pelas falas iniciais de caciques e lideranças indígenas presentes. Destacamos a intervenção da liderança indígena e ativista da educação indígena Flauberth Guajarara, que frisou as conquistas e contribuições do Território Indígena Rio Pindaré no âmbito da educação indígena no Maranhão e agradeceu a Universidade Estadual do Maranhão pela existência dos primeiros cursos de Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Indígena.
“Esse ato está acontecendo dentro de um território indígena do Maranhão. O Rio Pindaré sempre protagonizou os primeiros momentos de muitas situações, pois já fomos os primeiros a ter uma escola indígena reconhecida. Na oportunidade, enquanto indígena dentro da luta, a gente também reconhece que existem não indígenas que vestem a camisa e realmente lutam pela causa indígena. A professora Marivânia é uma dessas pessoas. Ter ela dentro da UEMA foi fundamental e continua sendo, juntamente com todos os reitores que estiveram e que estão na gestão e os que entrarão”, afirmou.
Cantos, agradecimentos e muita emoção traduziram a riqueza da cerimônia de diplomação. A relevância de 11 mulheres indígenas a receberem diplomas marcou as falas solenes da Coordenadora Geral do PROETNOS e da Pró-Reitora de Graduação da UEMA.
“Nesse momento festivo, de grande emoção, eu tenho o privilégio de estar falando para um público de formandas mulheres que, como eu também, todas são mães. Queria saudar e reconhecer em cada uma de vocês a luta e, sobretudo, a conquista e estender meus agradecimentos a UEMA. Agradecer imensamente a atual gestão, o professor Walter Canales, que não tem medido esforços para a continuidade do PROETNOS”, declarou Marivania Furtado, Coordenadora Geral do PROETNOS/UEMA.
“Nunca fiquei tão orgulhosa de fazer parte da Universidade como estou agora. Nunca estive numa aldeia e o que mais me chamou atenção foi quando eu percebi que era uma turma só de mulheres. Hoje, sem sombra de dúvidas, a Universidade cumpre o seu maior papel. Em busca da tão falada reparação histórica. Eu sinto pelo menos a esperança de que, um pouquinho, a Universidade Estadual do Maranhão conseguiu contribuir com a trajetória de vocês”, revelou a professora doutora Mônica Piccolo, Pró-Reitora de Graduação da UEMA.
Entre as 11 egressas diplomadas estava a Secretária Adjunta dos Direitos dos Povos Indígenas da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) Rosilene Guajajara, que expressou as dificuldades de enfrentar um curso de ensino superior e a importância da perseverança durante a caminhada. “Enfrentei muitas dificuldades, mas nunca desisti e nunca deixei de acreditar que somente a educação faz a gente conseguir a transformação e o conhecimento”, contou.
A Universidade Estadual do Maranhão, através do PROETNOS, segue pioneira em mais uma realização histórica na educação superior no Maranhão.