Bolsistas PIBIC E PIVIC da Licenciatura Intercultural para Educação Básica Indígena Do Curso de Ciências da Natureza apresentam seus relatórios parciais no PRÉ-SEMIC
Por ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO PROETNOS em 10 de May de 2023
Entre os dias 2 e 5 de maio, foi realizado o Seminário Prévio de Iniciação Científica – Pré-Semic da Universidade Estadual do Maranhão em formato presencial nas dependências do Campus Paulo VI e dos campi/polos distribuídos pelo estado. A iniciativa corresponde às apresentações dos relatórios parciais dos bolsistas PIBIC e voluntários PIVIC que são desenvolvidos a partir de seus planos de trabalhos.
Na ocasião, o PROETNOS esteve representado com a participação de três (3) bolsistas PIBIC, uma (1) PIVIC e três (3) voluntários, sendo cinco (5) da Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Indígena do Curso de Ciências da Natureza/Campus Santa Inês e duas (2) do Curso de Licenciatura em Educação Quilombola.
A sexta-feira, dia 5, toma destaque por ser o momento em que cursistas da turma de Ciências da Natureza estiveram apresentando seus trabalhos em espaços distintos, onde a 253km de São Luís, na cidade de Santa Inês, no campus da UEMA, ocorria as apresentações dos cursistas bolsistas Cleilson Dávida da Silva Guajajara (PIBIC), Regiane do Santo Guajajara (PIVIC) e dos voluntários Gerlan de Oliveira Viana e Wildo Guajajara Malheiro, todos são orientados pelo Prof Me Sérgio Roberto Ferreira Nunes. Os cursistas Cleilson Dávida e Gerlan de Oliveira destacaram em sua apresentação a forma de apropriação, a partir da decolonialidade, os diferentes saberes e práticas do processo de formação docente indígena. Já Regiane do Santo e Wildo Guajajara levaram à debate a reflexão, a partir da própria perspectiva Tentehar-Guajajara, o processo histórico de aprendizado das ciências naturais face a introdução da lógica ocidental na difusão dos saberes tradicionais indígenas.
Cursistas Cleilson Dávida e Gerlan de Oliveira no PRÉ-SEMIC
Foto: Acervo PROETNOS.
A cursista Rairiza Oliveira Guajajara, por sua vez, orientada pela Profª Drª Marivnia Furtado, apresentou seu trabalho no Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA no Campus Paulo VI. A cursista trouxe para o debate o acesso ao ensino superior dos Tentehar da Terra Indígena Rio Pindaré enquanto estratégia de resistência ao totalitarismo científico que fundamenta as bases da noção de desenvolvimento hegemônico da região em que vive.
Para a realização do trabalho da pesquisadora em iniciação, foi utilizado o conceito de “bem viver” do autor Alberto Acosta, definido como um desenvolvimento harmônico com a natureza, buscando satisfazer da melhor maneira as necessidades humanas, mas para Rairiza, uma vez que o desenvolvimento, ao entrar no território indígena, cria mudanças irreversíveis na vida das comunidades, com seu sistema predatório capitalista. A exemplo da realidade do território onde vive a cursista, o desenvolvimento está apresentado na Estrada de Ferro Carajás administrada pela VALE e na BR-316. Para além das vias que transitam a colonialidade do poder, Rairiza relembra o ensino das escolas nas aldeias antes das licenciaturas interculturais ao afirmar que “as escolas eram máquinas de fazer brancos”, embora a escola indígena, de fato, esteja/seja em/um processo político-educacional, as licenciaturas interculturais se revelam como (im)possibilidades para a superação da colonialidade do saber.
Rairiza Oliveira apresentando seu relatório parcial
Foto: Acervo PROETNOS.
Por: Lameck Lobato